terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

"Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração." Mateus 6:21

Onde guardamos nossos tesouros?onde eles foram escondidos?
Onde achamos as coisas esquecidas,as coisas mais usadas mas que perderam seu valor?onde escondemos nosso coração?
Ouvi alguém dizer uma vez que o coração é apenas um órgão que bombeia o sangue,que nada é guardado lá e que ele dói as vezes simplesmente porque recebe uma carga extra de alguma coisa,uma boa explicação,que no momento em que me foi passada era rica em detalhes e conhecimento...Médico!
Quem confia em médicos para falar de assuntos emocionais?
Quem confia nestas pessoas tão pobres em sentimentos,que nem ao menos conseguem chorar quando perdem aquele paciente que está ali com ele meses à fio?
Por que o coração é considerado apenas um órgão?Por que ele não pode ser materializado como um baú?
A explicação foi plausível,afinal ele havia estudado isso durante cinco anos,eu não podia deixar de acreditar,e foi o argumento que usei durante muito tempo,era o mais sensato quando o coração começava a doer nas situações mais intensas,porém,conheci outra pessoa que me falara sobre as coisas importantes,sobre coisas que não são vistas com os olhos,me falou sobre coisas bonitas que talvez eu já sabia da existência mas nunca havia reparado nelas,me falou de linhas e agulhas que existiam apenas em nossa mente que eram exatamente as ferramentas que podíamos usar para costurar os nossos corações,as vezes rasgados ao meio,com buracos tão profundos que não dava pra ver o fim...Opa! mas que coração?
Será o coração que aquela primeira pessoa havia me falado?será esse coração o mesmo que me falaram que era apenas um órgão?
Não! alguém me respondeu.
Mas,como não?temos mais de um coração?como podemos crer em coisas tão belas e ao mesmo tempo crer em algo tão incoerente?como meu Deus?
Deus...
Percebi que estava em oração,que tudo isso era o próprio Senhor falando comigo,isso tudo acontecia enquanto eu ajoelhada chorava e clamava para que alguém escutasse o que eu tinha para dizer,as coisas que guardei dentro de mim durante todo esse tempo onde eu convicta acreditei que o coração era um órgão e que as dores eram superáveis,e que eu jamais precisaria de alguém para cura-las.Clamei de uma forma que cheguei até a pensar que havia gritado,mas o grito foi abafado,gritei apenas de uma forma que o mundo não podia ouvir.
Ele me falou das suas maravilhas na minha vida,das vezes que segurou minha mão quando eu pensava que estava sozinha,das vezes que me colocou no colo e me levou porque via minhas forças acabarem,das vezes que Ele parou pra me ouvir quando eu reclamava de algo ou falava sem parar,das vezes que sorriu quando eu estava feliz,das vezes que sentou ao meu lado e secou as lágrimas que caiam...Eu me apaixonei!
Me apaixonei por Aquele que falava comigo,O que contava que jamais me abandonara,que eu ao contrário dele havia o rejeitado muitas vezes mas ele jamais havia perdido sua fé em mim,jamais pensou em me abandonar e sempre fez questão de estar comigo e não perder nenhum momento meu.
Senti o meu coração bater rápido,bater muito forte,senti que ele era mais do que um órgão que reagia as sensações,então,Ele me falou que ele era mais que isso,era como um baú onde podíamos guardar as melhores coisas,os melhores momentos,o melhor de nós mesmos,o melhor das coisas que aprendemos,apenas o melhor,o que consideramos o nosso tesouro,o nosso bem maior,onde o dono não somos nós e sim aquele pelo qual acabara de me apaixonar.
Aprendi que o mais importante é que deve ser guardado ali,apenas as coisas boas,as lembranças que nos fazem chorar de rir,e acabei esquecendo da primeira teoria,da teoria que por tanto tempo esmagou os melhores sentimentos que eu tinha,a teoria que me fazia sentir as paredes fechando sobre mim,aquela teoria que tanto me causava pânico interno acabara ali.

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